Tratamento por ondas de Choque

Conhecidas como as verdadeiras ondas de choque, podem ser geradas a partir de 3 tipos de geradores: eletro-hidráulico, eletromagnético e piezoelétrico.

As fontes eletro-hidráulicas produzem uma bolha por descarga de alta voltagem entre 2 eletrodos em água no foco mais próximo de um refletor paraelipsoidal. O plasma em expansão gera uma frente de choque, que é refletida e focada em um segundo foco no tecido alvo.

No gerador eletromagnético um pulso de alta voltagem é enviado através de uma bobina, que é oposta a uma membrana metálica. A bobina produz um campo magnético, resultando em uma súbita deflexão da membrana e gerando ondas de pressão em um fluido. As ondas são focadas por uma lente e se inclinam para uma onda de choque perto do foco.

O gerador piezo elétrico produz ondas de choque por uma descarga de alta voltagem através de um padrão de cristais piezo elétricos montados na superfície interna de um suporte esférico que é colocado dentro de uma cavidade cheia de líquido. Cada elemento que se expande, gera um pulso de pressão que se propaga em direção ao centro ou na região focal do arranjo.

As ondas de choque focais convergem para um único ponto, concentrando energia a uma maior profundidade.

O Tratamento com ondas de choque são usados para alívio da dor, regeneração tecidual, absorção de calcificações, consolidação de fraturas e cicatrização de feridas.

Apesar do nome “Ondas de choque” o efeito biológico não é causado por uma energia elétrica, e por isso não há sensação de “choque ou descarga elétrica”. O efeito direto é por ação mecânica de um conjunto de ondas de impacto, via pulsos sônicos ou energia cinética (energia liberada por corpos em movimento).  A ação mecânica desse conjunto de ondas induz uma série de complexas reações celulares, chamadas conjuntamente de mecanotransdução. A resposta celular, última das etapas deste processo, compreende a formação de novos vasos (angiogênese) e melhora de circulação de sangue local, eliminação de radicais livres e

substâncias tóxicas, liberação de células tronco e regeneração tecidual. Outro efeito esperado é a imunomodulação, com redução de infiltração de neutrófilos e macrófagos no local.

As ondas de choque provocam analgesia ou alívio de dor por causar uma desnervação eletiva de terminações nervos livres e fibras do tipo C. À medida que ocorre repetição do tratamento essa desnervação é prolongada. As mesmas fibras do tipo C estão relacionadas ao fenômeno de “inflamação neurogênica” e hiperatividade simpática, e a longo prazo, caso não tratada, provocaram sensibilização central, espalhamento e agravamento da dor.

Além do efeito de mecanotransdução, há formação de bolhas em tecidos moles e água, que liberam energia após suas rupturas, causando efeitos biológicos. Esse efeito modulador acontece, por exemplo, na indução de transformação de macrófagos do tipo M1, pró-inflamatórios, em macrófados do tipo M2, anti-inflamatórios.

Os efeitos das ondas de choque são imediatos, com alívio parcial e progressivo da dor, e tardias, com alívio da dor e regeneração tecidual. Tais efeitos acontecem, inclusive, mesmo após a conclusão de sessões.