Epilepsias

As crises epilépticas ocorrem quando há uma atividade neuronal excessiva ou síncrona anormal no cérebro, resultando na manifestação transitória de sinais e sintomas que correspondem às regiões cerebrais ativadas no momento da crise. Existem dezenas de tipos de crises, como a crise tônico-clônica (popularmente conhecida como “convulsão”), a crise de ausência, as mioclonias, as crises focais, entre outras. As causas das crises são bastante variadas, como AVC, tumores cerebrais, esclerose hipocampal, trauma, distúrbios metabólicos, processos neurodegenerativos (p.ex., Doença de Alzheimer), causas genéticas e febre alta na infância. Ainda, é importante saber que as crises epilépticas podem ocorrer em pessoas com ou sem epilepsia. A epilepsia caracteriza-se por uma predisposição persistente do cérebro em gerar crises epilépticas e pelas consequências cognitivas, neurobiológicas e psicossociais dessa condição.

Entre os diversos tipos de síndromes epilépticas, destacam-se, entre outras: 

Diagnóstico

O primeiro passo na avaliação dos pacientes é determinarmos se as crises são de fato crises epilépticas ou se constituem um dos diversos eventos que podem ser semelhantes a crises epilépticas (p.ex., síncope, ataque isquêmico transitório, aura migranosa, amnésia global transitória, eventos psicogênicos). A avaliação neurológica inicia com uma história clínica detalhada e o exame físico, sendo então associados exames complementares, como eletroencefalograma, exames de imagem cerebral e exames laboratoriais. Sendo diagnosticadas crises epilépticas/epilepsia, a investigação também determinará os tipos específicos de crises e de epilepsia, com o tratamento individualizado para cada condição clínica.

Tratamentos medicamentoso das epilepsias

Atualmente, existe uma ampla variedade de medicamentos para o controle das crises epilépticas, com mecanismos de ação distintos. Essas medicações, quando administradas de acordo com o tipo específico de crise/epilepsia e levando em consideração todos os demais aspectos do paciente, como a idade, comorbidades e o uso de outros medicamentos, podem proporcionar o controle das crises na maioria dos pacientes, com a menor incidência de efeitos colaterais. Dessa forma, é possível proporcionar  uma melhor qualidade de vida aos pacientes, em seus mais amplos aspectos.

Outros tratamentos

Aproximadamente 30% dos pacientes com epilepsia não apresentam controle total de suas crises exclusivamente com medicamentos. Para esses pacientes, outros tipos de tratamentos podem ser oferecidos, como o tratamento cirúrgico e diversos tipos de modalidades de neuromodulação. A indicação desses tratamentos dependerá de uma avaliação ampla e multiprofissional de cada caso específico, levando em conta todas as características da condição e do paciente.