Enxaqueca Crônica

O que é a Enxaqueca?

A enxaqueca, ou migrânea, é frequentemente descrita como uma dor intensa pulsátil que afeta uma região da cabeça. Entretanto, é bem mais do que essa descrição simples: a Sociedade Internacional de Cefaléia determina que o diagnóstico seja feito baseando-se no tipo de dor e no número de crises (pelo menos 5 na vida, durando de 4 a 72h), e seus sintomas acompanhantes, como a náusea e/ou vômito e a sensibilidade a luz e ao barulho.

A enxaqueca é três vezes mais comum em mulheres do que em homens e afeta mais do que 10 por cento da população mundial. Cerca de um terço desses indivíduos consegue perceber o início da crise de enxaqueca por ela ser frequentemente precedida pela “aura”, um distúrbio visual que se manifesta como luzes piscantes, linhas em ziguezague ou perda temporária de um campo visual. Pacientes com migrânea tendem a ter ataques recorrentes, que podem ser desencadeados por diferentes fatores, como estresse, ansiedade, mudanças hormonais, por luzes, privação de sono ou jejum prolongado, ou mesmo alguns tipos de alimentos.

A enxaqueca, em algumas mulheres, pode ser relacionada a flutuações nos níveis hormonais durante o ciclo menstrual. Por muitos anos, os cientistas acreditaram que a enxaqueca se associava à dilatação ou constrição de vasos sanguíneos na cabeça. Atualmente acredita-se haver uma influência genética bem determinada.

Como é feito o tratamento da enxaqueca?

Há duas formas de fazer o tratamento da enxaqueca: a prevenção das crises, e o alívio dos sintomas durante os ataques. A prevenção envolve medidas farmacológicas e alterações de comportamento. Já foi amplamente comprovado que alguns fármacos originalmente desenhados para tratar epilepsia, depressão e hipertensão arterial também são extremamente eficientes em tratar a migrânea. Além disso, para os casos de migrânea crônica, já se mostrou a eficácia da toxina botulínica do tipo A.

Sob o ponto de vista comportamental, estratégias de manejo de estresse, como exercício físico, fisioterapia, técnicas de relaxamento, biofeedback e outras terapias desenhadas para diminuir o desconforto também podem reduzir a frequência e a gravidade dos ataques. Fazer um diário dos sintomas e dos desencadeantes da enxaqueca pode fornecer informações importantes e úteis para tais mudanças de hábitos, que podem incluir mudanças dietéticas, de hidratação, de medicações de uso crônico e o estabelecimento de um sono de qualidade. Em algumas mulheres, a terapia hormonal pode ajudar, se a enxaqueca for claramente relacionada ao ciclo menstrual. Um programa de perda de peso também é recomendável aos migranosos obesos. O alívio de sintomas, ou o tratamento agudo consiste no uso de antiinflamatórios não esteroidais, triptanos ou ergotamínicos. Quanto mais cedo forem usados na crise, mais eficaz eles se tornam.