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Impactos da quarentena e do distanciamento social no paciente psiquiátrico

O direito de ir e vir é uma prerrogativa tão básica que o mundo precisou viver uma pandemia para assimilar sua importância. Não há quem esteja inerte. Conviver com tédio, medo e o desconhecido é desafiador.

Pacientes que já apresentam síndromes ansiosas, depressivas, TOC e insônia podem ter consequências ainda mais sérias.

A sensação de falta de controle é, muitas vezes, gatilho para pensamentos ruminantes, catastróficos e desesperançosos. A pandemia, por si só, já representa fator de risco para adoecimento psíquico. Outros fatores como isolamento, medo, sensação de impotência e hiper vigilância,  potencializam as consequências negativas desta realidade. Portanto, é de suma importância que tratamentos progressos sejam mantidos e até otimizados. Procurar manter uma rotina saudável de sono, alimentação e exercícios. Tentar dormir e acordar no mesmo horário, respeitando o mínimo de 7 a 8 horas de sono.

Ritmos biológicos, em geral, são de extrema importância para a saúde mental.

Vale cuidar da alimentação e evitar uso de álcool e substâncias ilícitas. Exercícios físicos são bem-vindos, auxiliam na qualidade do sono e extravasam o estresse.

Procurar atividades terapêuticas, ocupando a mente com outros assuntos é interessante. Não há necessidade de performances ou resultados mirabolantes, é normal oscilar entre dias melhores e outros mais difíceis.

Informar-se é necessário. Exagerar na busca de notícias e focar-se monotematicamente pode ser perigoso e adoecedor. Escolher fontes seguras e separar um momento do dia para tanto, parece razoável.

Dra.  Fernanda Seixas

Médica Psiquiatra