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Borderline: o transtorno que faz seu humor ir de 8 ao 80 no mesmo dia

A expressão ‘nervos à flor da pele’ é uma das que mais combina com pessoas que sofrem do Transtorno de Personalidade Borderline. Esse transtorno de saúde mental pode prejudicar severamente a vida de quem o desenvolve, trazendo sofrimento em sua vida pessoal, profissional e relações afetivas.

Pessoas com esse transtorno tendem a ter uma visão distorcida de si mesmos e de seus afetos. Como consequência disso, vivem ‘nas bordas’ ou ‘ nos limites’ da neurose (sentimentos mais relacionados à ansiedade e obsessão) e da psicose (sintomas de distorção da realidade), daí o sentido da palavra inglesa ‘borderline’.

As causas da Síndrome de Borderline ainda não estão claras, pode ocorrer devido a predisposição genética. No entanto, experiências emocionais fortes enquanto criança, como enfrentar uma doença ou morte, abuso psicológico, sexual, negligência, terror psicológico, físico, separação dos pais, orfandade podem levar ao desenvolvimento desta síndrome. Algumas pesquisas sugerem que fatores genéticos, neurológicos, ambientais e sociais podem estar envolvidos no desenvolvimento dos sinais do transtorno.

Alguns dos possíveis sintomas são:

  • Instabilidade afetiva e mudanças de humor
  • Mal-estar, irritabilidade ou ansiedade, que podem durar horas ou até mesmo dias
  • Raiva ou ódio sem muita razão, intensos e de difícil controle
  • Sentimentos de vazio e tédio
  • Tentativas ou ameaças de suicídio e automutilação
  • Relacionamentos instáveis e intensos, como o amor ou ódio, bom ou mau
  • É comum que eles sejam impulsivos e compulsivos também em áreas como por exemplo nos gastos financeiros, sexo, drogas, álcool, vícios, comida e cleptomania
  • Problemas em lidar com o abandono ou rejeição
  • Crises de identidade: autoimagem, autoestima, sexualidade, gostos e valores instáveis
  • Crises de paranoia temporária, devido ao estresse ou sintomas dissociativos graves

Nesta segunda, 30, o influenciador Gustavo Tubarão revelou que foi diagnosticado com borderline. Em vídeo publicado no Instagram, contou sobre o transtorno e as consequências em sua vida.

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma doença mental que não tem cura, mas que melhora consideravelmente com tratamento. “O meu humor muda de cinco em cinco minutos. É do céu ao inferno. Eu cheguei em um momento em que não aguentava mais essa mudança de humor tão rápida. Às vezes eu estou feliz em um lugar com uma turma e, do nada, bate uma tristeza profunda, e depois de cinco minutos eu volto e estou feliz”, detalha ele sobre os sintomas.

Gustavo também relatou o seu vício em drogas durante a adolescência e que chegou a ter uma overdose, consequência da impulsividade da doença.

Como é o tratamento para Borderline?

O Transtorno Borderline deve ser tratado pelo profissional da saúde mental, em geral a melhor opção é um trabalho conjunto do psicoterapeuta e do psicólogo. Ambos são capazes de realizar o diagnóstico do transtorno e fornecer a orientação adequada, pois ajudam o paciente a ter noção do seu comportamento e a buscar métodos para controlar e prevenir os prejuízos pessoais e sociais que os comportamentos impulsivos possam causar. O tratamento também pode estar associado a remédios estabilizadores de humor, antidepressivos e antipsicóticos.

“Quero falar um trem que vai te confortar. Sinto sintomas até hoje, mas consigo controlar. É algo que demorei 23 anos da minha vida para descobrir e hoje eu tenho controle, conhecimento do meu corpo, da minha mente, da minha cabeça, do que vai me fazer bem, do que não vai, do que pode me fazer mal. E, do fundo do meu coração, sei que não é fácil, mas tenha paciência porque se eu consegui, qualquer tipo de pessoa consegue sair”, Gustavo finaliza.

Como ajudar uma pessoa com a Síndrome de Borderline?

O transtorno também pode abalar muito os amigos e familiares, e é comum que seja difícil no início aprender a lidar. Além do apoio emocional, você deve sempre incentivar a procura de um especialista e que a pessoa frequente a terapia. É importante também ter paciência e acompanhar o tratamento mais de perto. Assim, você pode aprender melhor a lidar com as situações difíceis e de crise.

Se você sofre com esse transtorno ou conhece alguém nessa condição, entre em contato e agende uma consulta. Você não precisa passar por isso sozinho.